Operação Rebu

segunda-feira, julho 19, 2004

Mulheres minhas

Há alguns anos atrás eu me achava preparado para a vida, tinha plena convicção de que tudo já estava bem encaminhado, que não haveriam tropeços. Foi quando conheci a primeira mulher da minha vida, quando minha espinha retorceu, meu estômago embrulhou, meu queixo caiu ao chão e levei alguns tapas na cara para voltar a encarar o mundo com segurança.
 
Faz parte do aprendizado, eu sei, mas não é uma pena que tantas outras mulheres tenham perdido sua graça? Já não bastam mais a boca, os olhos, as nádegas, os seios e o insinuante rebolado se não há pimenta no tempero. Foi a pimenta que retorceu minha espinha, embrulhou meu estômago, fez cair meu queixo e deu-me os tapas bem dados que precisava.
 
Depois do primeiro tombo, levei alguns outros. Confesso que gostei do segundo mais que do primeiro, do terceiro mais que do segundo, que deliciei-me cada vez com mais intensidade. Masoquista que sou, adorei ser chamado de certinho demais, de burro, de insensível, de ter minhas pálpebras abertas a fórceps para enxergar o que tinha que ser visto.
 
Mulheres minhas, meu bobo obrigado pelos mundos inexplorados que só vocês sabem abrir.

segunda-feira, julho 05, 2004

One-way track

Não lembro onde li a expressão em inglês "We live in a one-way track". Ela quer dizer que vivemos em uma estrada de mão única, que sempre vamos e nunca voltamos. Acho interessante este conceito que, se aplicado na prática racional, nos mostra que, mesmo voltando atrás, estamos indo para frente. Em suma, nós não voltamos atrás, nós andamos um passo a mais para frente. Em mais suma ainda, voltar atrás também é evoluir.

Quando você dá seu sangue por alguma coisa, não adianta pedi-lo de volta. Reflita bem sobre o que você está fazendo da sua vida, veja se você está dando seu sangue pelas razões certas, pelas pessoas que valem a pena. Se for pisar na merda, pise com gosto e sorria de satisfação.